Donos de autoescolas e ex-funcionários de Detran envolvidos num esquema criminoso de facilitação para aquisição de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) foram denunciados, ontem, pelo Ministério Público, no Sul de Minas.
O grupo teria agido por mais de um ano em cidades como Areado, Paraguaçu, Campos Gerais, Alfenas, sempre cobrando propina dos candidatos, que nem se quer compareciam ao dia da prova do exame de rua. Ao todo, estão sendo denunciados 52 pessoas.
De acordo com investigações feitas pela Polícia e Ministério Público, os alunos de autoescola pagavam entre R$ 1 mil e R$ 2,5 mil para que fossem “aprovados”. Parte do valor ficava com os donos da autoescolas e outra parte ia para o bolso de um ex-servidor do Detran, apontado como o responsável por gerir o negócio sujo. Era dele a responsabilidade de gerir dados referentes aos exames teóricos de legislação e e exames de prática de direção. O funcionário simplesmente inseria informação falsas ao sistema, alterando dados.
A farra dos envolvidos teria iniciado em outubro de 2010 e seguiu até novembro do ano passado, quando o “sumiço” de gabaritos de provas teóricas de legislação começou a ficar evidente. A investigação foi conduzida pelo delegado Carlos Camargo e no inquérito aparece os nomes de 48 pessoas que nem se quer compareceram aos exames ou foram reprovadas pelos examinadores, mas todas foram lançadas no sistema como aprovadas e receberam em seguida a carteira de habilitação.
Segundo o delegado Camargo, após denúncias, foram realizadas auditorias. ” Em maio deste ano, sete autoescolas tiveram os seus serviços como centro de formação de condutores, suspensos”, diz. O caso, agora, segue com a justiça que deverá julgar e punir os responsáveis.
Fonte: Hoje em Dia/ Reportagem: Margarida Hallacoc