Médicos decidem suspender atendimento no Hospital Regional em Varginha

Em assembleia realizada no começo da noite desta quarta-feira (16/11), cerca de 60 médicos que atendem no Hospital Regional decidiram suspender as cirurgias eletivas a partir da sexta-feira 18/11. Atendimentos de urgência e emergência continuam, com um detalhe: os médicos vão trabalhar sem cobrar pelo serviço. Eles alegam estar sem receber há 6 meses -e os plantonistas dizem não receber há 2 meses pelos plantões. Serviços como maternidade, UTI e obstetrícia também continuam funcionando. Clique em Leia Mais e confira noticia completa

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Entenda a estratégia – A partir de sexta, os médicos vão atender apenas urgência e emergências e não vão assinar as AIH’s. As autorizações de internação hospitalar geram os repasses do SUS. Os médicos reclamam que a diretoria do hospital recebe o recurso, mas não o repassa aos profissionais. Dessa forma, sem assinar as AIH’s, o serviço continua sendo prestado, mas o hospital deixará de receber o dinheiro do SUS. received_1134954916619739

“Trabalhamos em condições  precárias, sem material e sem receber. Já que o hospital não repassa os recursos do SUS aos médicos, não vamos assinar as AIH’s. Não estamos contra a população, queremos condições de atender os pacientes”, disse o presidente do sindicato da categoria, Adrian Nogueira Bueno. “Agora vamos trabalhar sem receber oficialmente”.

A presidente do Conselho Curador do Hospital Regional, Paula Andréa Direne Ribeiro disse que terá  reunião na sexta-feira 18/11 em Belo Horizonte, para tentar uma solução para o caso.
Se os pagamentos  não forem normalizados, os médicos prometem parar os atendimentos de urgência e emergência em 15 dias.
O Hospital Regional tem 350 médicos. Eles não  recebem salário, mas honorários pelo trabalho que realizam. Tudo pelo SUS.

O motivo do rombo – o Regional é um Frankenstein. Criado pelo Estado, é de competência do Governo do Estado. Mas nunca recebeu recursos estaduais para folha de pagamento, apenas recursos federais, via SUS. Inclusive foi o governador Pimentel que nomeou a atual diretoria. Como o hospital é deficitário, é a prefeitura que paga a conta. Em 3 anos e 4 meses, o governo municipal injetou cerca de R $ 7,2 milhões no hospital. A torneira fechou depois que o governador destituiu a diretoria indicada pelo prefeito e colocou no lugar membros e correligionários do PT. Aí a prefeitura parou de destinar recursos para o Regional e começou a carreá-los ao Bom Pastor, que é municipal. Este ano ainda foram destinados R$ 700 mil pelo Município ao Regional, por lei autorizativa aprovada antes da mudança na diretoria.

A Unimed adiantou R$ 500 mil, referente a dois meses de serviços, para ajudar a situação financeira do Regional. Não  foi suficiente para para controlar o rombo.
Um médico disse que, quinta-feira passada, uma paciente quase não foi operada, em procedimento urgente, porque faltava sabão para lavar o chão do centro cirúrgico. “Falta material, os fornecedores não recebem”, disse um médico.
A ata da assembleia será entregue nesta quinta-feira ao Ministério Público, diretoria do Regional, prefeitura e Secretaria de Estado da Saúde.

 

Fonte: Blog do Madeira.



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