O ano de 2013 vai se despedindo de nós, colhemos alegrias e tristezas nos messe que passaram e, de repente, somos convidados a avaliar nossa trajetória deste ano para projetar um ano melhor em 2014. Meu convite a você, neste momento, é que avaliemos como anda nossa relação com os bens materiais. Creio que estamos no momento certo para pensar sobre isso, já que o natal nos traz quase que a obrigação de sair às compras. E nesse afã por comprar e gastar, muitos acabam perdendo o sentido verdadeiro que devemos ter para com as coisas criadas. Clique em Leia Mais e confira notícia completa
Começo recordando que existe uma distinção entre consumo e consumismo: consumir é um ato comum e necessário para a vida – precisamos de ar, água, alimento, roupas, medicamentos, enfim, não existe nenhum ser humano no mundo que esteja livre do ato de consumir para poder sobreviver. Já a palavra consumismo se refere a gestos e às pessoas que perderam o senso de “necessidade” de consumir e passaram a viver somente o “desejo desmedido e jamais satisfeito” de querer possuir tudo, sem nem mesmo saber o porquê disso!
Este apelo consumista é o motor da sociedade em que estamos imersos. O sistema econômico que rege as relações humanas parte do princípio de que é preciso consumir tudo, principalmente o que não absolutamente necessário. Estas coisas que compramos, e que seriam tranquilamente dispensáveis, recebem o nome de supérfluos, uma vez que sem elas a vida seguiria sem nenhuma perturbação.
Mas são justamente esses bens que dominam o mercado, estão nas publicidades, se apresentam como soluções de nossos problemas práticos e afetivos, estão em todo momento sendo apresentados a nós, incautos consumidores, como maravilhas que resolverão todos os nossos problemas. O apelo consumista está diretamente ligado ao nosso desejo – e não às nossas necessidades, e, nesse jogo de provocar o inconsciente, os maiores alvos do mercado são os jovens.
A juventude, ainda construindo sua personalidade, está preocupada com aparências, modismos, com aquilo que, externamente, acaba por representar sua personalidade. Fragilizados internamente, carregando grandes vazios existenciais e falta de oportunidades, os jovens acreditam que podem ser melhores e mais valorizados caso se apresentem sempre com as cores, formas e produtos da última moda: tênis, celulares, roupas óculos e outros itens materiais que servem de suporte existencial para muito jovens. Porém, no fim do dia, quando tudo isso é retirado, o que restou? Quando colocamos nossa felicidade em coisas fabricadas pelas mãos humanas,colhemos solidão, depressão, tristeza – e consequentemente nos colocamos como pessoas suscetíveis aos apelos das drogas, do sexo irresponsável, das baladas e bebedeiras. Uso essas máscaras maléficas para não precisar saber, na verdade, quem eu sou. Não parece que seja isso o motivo da falta de perspectiva na qual vivem hoje nossos jovens?
Quero reiterar, antes de finalizar o valor verdadeiro do consumo, do bem cuidar da vida e da saúde, da destreza em administrar bens materiais e usá-los de modo racional, satisfazendo nossas necessidades e nossos desejos, mas é preciso cuidado para não cair num relacionamento imaturo e irresponsável com as coisas e deixar de lado o que realmente importa: a construção do EU interior, ligado às coisas de Deu e às necessidades do próximo! Pense nisso e, para 2014, que tal comprar menos coisas desnecessárias e usar melhor aquilo que você já tem?
Artigo do padre Evaldo César de Soua, C. Ss. R.; Revisa Jovens de Maria.