Achuva que atingiu o Sul de Minas em novembro ajudou a melhorar a situação dos rios que deságuam no Lago de Furnas. O nível da represa subiu três metros em relação a novembro do ano passado, cenário que já traz esperança a produtores, pescadores e donos de pousadas que sofreram com a estiagem dos últimos anos.
Daniel Vitor Paiva e o pai, Marcelo de Paiva, têm uma fazenda em Elói Mendes (MG), bem perto do distrito Pontalete, onde o Rio Sapucaí começa a formar o Lago de Furnas. O pai se lembra como tudo ficou seco nos últimos três anos e, por isso, torce pra água continuar subindo. Clique em Leia Mais e confira notícia completa.
“Fui nascido e criado [aqui] e nunca vi [isso]. Faz três anos que não tem água aqui. Agora, graças a Deus está voltando”, conta. O filho também comemora a recuperação. “A represa é muito bonita cheia. Ela subindo assim já fica uma esperança dela voltar de novo.”
No último mês, o nível do Rio Sapucaí tem se mantido em quase dois metros. A recuperação fica bem evidente na região conhecida como Vale das Pedras, no município de Paraguaçu. Com a seca, as pedras do rio eram cenário constante na pousada do empresário Rogério Salles.
Este ano, o rio já tomou “de volta” o cenário e o empresário já comemora a volta dos clientes para a pousada. “Aumenta o peixe, aumenta a pesca, e não só minha parte aqui de turismo, mas eu acho que toda a região é beneficiada por essas águas que caem do céu.”
Recuperação
No limite entre os municípios de Alfenas e Campos Gerais, a antiga ponte que ligava as cidades estava quase toda exposta com a seca. Agora falta pouco pra ela voltar a ficar encoberta. No local, o Rio Verde já se incorporou ao Rio Sapucaí, e mais abaixo, o Rio Grande se junta aos dois. Juntos, eles já fizeram o nível de Furnas subir cerca de três metros, ou seja, mais de 10% do volume útil da represa.
chuvas de novembro
Atualmente esse volume, que pode ser usado na geração de energia, já está na casa dos 22%. A recuperação se deve à chuva do mês de novembro, que foi acima do esperado para o mês. Segundo o Instituto Somar de Meteorologia, só no mês de novembro a média no Sul de Minas foi de 260 milímetros de precipitação, bem acima dos 177 milímetros registrados no mesmo período do ano passado.
Esperança
Mas segundo o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica de Furnas, ainda é preciso muita chuva para que o lago volte ao nível ideal. “Dos últimos quatro anos, esse é o pior momento. Então isso deixa um pouco de apreensão em todos nós, todos os investidores aqui da região. Não dá pra se fazer um planejamento pra 2016 ainda”, afirma Fausto Costa.
E é por chuva que os pescadores da região rezam, até que o lago possa voltar a ser chamado de “Mar de Minas”. “A esperança é que [a represa] volte ao nível dela. Voltar, pra nós [voltarmos] a exercer a nossa profissão”, torce Luís Carlos Cabral.
Fonte: G1