Além de minimizar a presença do PT na sucessão de Belo Horizonte, como já foi antecipado aqui, o Palácio da Liberdade está convencido de que a melhor estratégia para o grupo político do governador Fernando Pimentel (PT) será investir pesado no interior, especialmente nas pequenas cidades, nas eleições municipais deste ano. Clique em Leia Mais e confira notícia completa.
A tática decorre de avaliação baseada em pesquisas, segundo a qual o PT deverá sofrer grandes derrotas nos principais centros, onde está mais antipatizado e seu desgaste é acentuado em função do envolvimento no esquema de desvios da Petrobras e de ex-dirigentes presos (João Vaccari e José Dirceu); ou como diagnosticou o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), seu partido “se lambuzou”. A direção partidária nega ilicitudes, mas até hoje não esclareceu as acusações.
Tal situação não poupa sequer as médias e cidades polo. O PT comanda, por exemplo, as cidades de Governador Valadares (leste) e Uberlândia (Triângulo), ainda assim, ou por isso mesmo, a derrota é vista como inevitável em outubro. Em Varginha, perdeu a reeleição para o atual prefeito, Antônio Silva (PTB), em 2012. Em Montes Claros, Juiz de Fora, Contagem e Betim as chances também são desanimadoras.
Nesse sentido, a velha fórmula do Palácio da Liberdade, de recorrer aos grotões (pequenas cidades), seria a mais adequada, para ganhar no volume, na quantidade, embora perca na expressividade política. Por isso, está priorizando, por meio da força do velho Liberdade, onde há chances de vitória em vez de jogar energia fora.
A engenharia de investimentos já vem seguindo essa lógica. Tudo somado, o vetusto Palácio está de volta à política mineira, com o atual governo, que reprova a Cidade Administrativa, ou como disse um secretário de Estado: “aquilo lembra Carandiru”.
Carlaile deverá ficar de fora
Mesmo recuperando-se da doença (vítima de AVC), o prefeito de Betim, Carlaile Pedrosa (PSDB), rejeita licença para cuidar da saúde, como fez há um ano, quando se submeteu a cirurgia cardíaca.
A razão maior é não entregar novamente a prefeitura ao vice Waldir Teixeira (PV), com quem está rompido após a interinidade na qual o substituto desfez programas e demitiu secretários.
Os problemas de saúde, no entanto, deverão tirar Carlaile do páreo sucessório deste ano, quando tentaria a reeleição.
Familiares dizem que a situação dele estaria sob controle, mas rejeitam a possibilidade de nova eleição.
Na última quinta (7), os vereadores Antônio Carlos Rocha (PT) e Vinícius Resende (SD) pediram à Polícia Federal para apurar movimentações de verbas e repasses federais na prefeitura, entre os dias 22 e 28 de dezembro, quando o prefeito estava internado. Desconfiam de atos “fantasmas”, que seriam assinados por familiares ou assessores.
Se Carlaile ficar de fora, as eleições deste ano deverão ser polarizadas entre o pré-candidato do PMDB, Ivair Nogueira (ex-prefeito e deputado estadual), e o nome do grupo político ligado ao empresário Vittorio Medioli, que é ligado ao atual vice-prefeito.
Se não se aliar ao PMDB, de quem é aliado estadual, o PT da ex-prefeita Maria do Carmo Lara deverá ter nome sem expressão eleitoral.
Por: Orion Teixeira
Fonte: Jornal Hoje