oradores do distrito Pontalete, em Três Pontas (MG), estão sem a balsa que faz o transporte para três cidades da região. Ela deixou de circular no local há quase dois anos quando o nível do Reservatório de Furnas ficou muito baixo com a estiagem prolongada. Mas mesmo com a recuperação do lago, a balsa continua sem funcionar, e com isso, o turismo diminuiu e moradores têm que percorrer uma longa de distância para chegar às cidades. Clique em Leia Mais e confira notícia completa.
A balsa que funcionava no Pontalete atendia moradores de três municípios: Três Pontas, Elói Mendes e Paraguaçu. Era o melhor transporte para quem vive na região. Desde que a estiagem tirou a balsa de circulação, ela foi levada pra Fama (MG) e não voltou mais.
Sem a embarcação, o produtor rural Darcelo Reis se arrisca nas águas do lago. Ele mora em Elói Mendes, e precisando ir a Três Pontas nesta quarta-feira (9), resolveu fazer o percurso de canoa.
“Não tem como fazer nada [sem a balsa], somente de canoa que se torna uma viagem inviável pelo perigo que se tem aqui, da maré, tudo, e as canoas são pequenas”, conta.
Segundo os moradores, a balsa parou de funcionar em 2014 com a estiagem na região do Lago de Furnas. Atualmente, o nível da represa está 10 metros acima do que estava no mesmo período de 2015. Nessas condições, era de se esperar que a balsa já estivesse circulando.
“A balsa é uma economia para o povo, os agrônomos passavam para o lado de cá, o povo ia fazer compras em Alfenas, ia na cavalgada em Aparecida do Norte. Atrapalhou muito a falta da balsa”, conta o lavrador Mauro Pereira.
O produtor rural Sebastião Pereira Vasconcelos fez até um abaixo-assinado pedindo a volta da embarcação. Ele mora no Quilombo, também distrito de Três Pontas, e usava a balsa pra escoar a pequena produção de queijos.
Agora, é obrigado a ir de carro e dar uma volta de quase 90 quilômetros até Paraguaçu. “O custo financeiro fica muito alto. Então, o produto da gente, a gente não pode ‘subir’ nada porque o povo está tudo com dificuldade, então se a gente ‘subir’, o povo sente no bolso, como já está sentindo demais pela inflação”, explica.
Os moradores que viram o movimento de turistas cair no distrito por causa da falta do Lago de Furnas esperavam que a história fosse mudar com a represa cheia. Mas sem a balsa, a situação permanece como na seca.
“Aqui nós tínhamos muito movimento, os bares, para os restaurantes. Hoje nós não temos, porque o povo de Elói Mendes, Paraguaçu, de Alfenas não vem”, lamenta a pescadora Maria Nazaré Moreira.
A assessoria de Furnas Centrais Elétricas disse que há um plano de reestruturação para fazer o transporte nos pontos de balsa no Lago de Furnas. O novo convênio vai ser apresentado à Prefeitura de Três Pontas, mas ainda não há previsão para o retorno da balsa ao distrito Pontalete.
Enquanto isso não acontece, fica o sonho dos moradores de ter de volta a rotina. “Sem a balsa, não vem ninguém”, completa o comerciante José Francisco Martins.
Fonte: G1