Para aproveitar os congelados sem riscos, siga algumas regras que vão do degelo ao preparo

Depois que um produto foi descongelado é preciso comê-lo logo e não deixá-lo na geladeira por vários dias. clique em Leia Mais e confira a matéria completa
Depois que um produto foi descongelado é preciso comê-lo logo e não deixá-lo na geladeira por vários dias

Com a vida corrida que a maioria das pessoas leva, fica cada vez mais difícil preparar, todo santo dia, uma comida fresca para as refeições. Neste contexto é que entram os congelados, cada vez mais uma opção – às vezes, a única – para o funcionamento doméstico.

O congelamento conserva os alimentos a uma temperatura que vai de -18ºC e -23ºC (a da geladeira gira entre 4ºC e 8ºC). A vantagem, em relação à refrigeração, é que itens e preparações duram um tempo muito maior: em vez de três ou quatro dias na geladeira, podem se manter inalterados por até um ano no freezer.

Veja mitos e verdades sobre alimentos congelados

Qualquer produto só pode ser congelado uma vez. VERDADE: se congelar e descongelar, não haverá garantia quanto à segurança para o consumo. Ocorre que, durante o descongelamento, o produto pode ser contaminado com um crescimento microbiano. Além disso, ele perde água e, com ela, nutrientes. “Por fim, haverá alteração nas propriedades organolépticas, ligadas aos sentidos como cor, textura, sabor, cheiro”, ressalta o nutricionista Gabriel Cairo NunesMichel Lipchitz/AP

 

 Alguns alimentos não devem ser congelados. VERDADE: embora o congelamento não traga efeitos negativos para a segurança de nenhum alimento, alguns perdem a textura, a firmeza e o aspecto sensorial e gustativo. Anote quais são: tomate, batata, pepino, rabanete, salsão, verdura de folha (alface, agrião, rúcula), banana, pera, ovo com casca, iogurte, creme de leite, maionese, queijos cremosos e macarrão sem molho Karime Xavier/Folhapress
 Qualquer fruta pode ser congelada. PARCIALMENTE VERDADE: alguns itens, embora não se estraguem com o procedimento, perdem suas características, como textura e firmeza e, por isso, não deveriam ir para o freezer. Dentre eles, há frutas como banana e pera. “Também não aconselho congelar melancia, goiaba, uva, laranja e limão”, acrescenta o nutrólogo André Zamarian Veinert. Em relação às que podem receber o resfriamento máximo, a indicação é, antes, limpá-las bem e, se possível, retirar os caroços. E, claro, armazená-las na quantidade exata para o consumo imediato Thinkstock
Quanto mais rápido o alimento for congelado e mais devagar for descongelado, melhor. PARCIALMENTE VERDADE: a afirmação só tem razão de ser em relação ao aspecto sensorial e organoléptico, isto é, que diz respeito aos sentidos (cor, brilho, paladar, odor, textura). “Mas, quanto ao valor nutricional, não muda nada”, assegura Gabriel Cairo Nunes Eduardo Anizelli/Folah Imagem
Para congelar hortaliças, devemos lavá-las antes. VERDADE: o nutricionista Gabriel Cairo Nunes recomenda o cuidado, para aumentar a higiene destes e de outros alimentos que estão no congelador. Há, inclusive, uma técnica para fazer isso de forma simples: branqueamento, que nada mais é do que uma lavagem rigorosa. O sistema inibe a ação de enzimas envolvidas no amadurecimento do alimento fresco e, dessa forma, verduras e legumes têm seu tempo de utilização prolongado sem prejuízo para características como sabor, cor e textura. O passo a passo do método inclui: lavar bem; cortar em cubos ou rodelas; mergulhar em uma panela com água fervente por dois a seis minutos; retirar e levar imediatamente a um recipiente com água gelada (contendo cubos de gelo) por dois a seis minutos; escorrer com auxílio de uma peneira; espalhar as hortaliças em um recipiente plano e levá-las ao freezer. Após o congelamento, retirar e embalar em saquinhos próprios, removendo todo o ar de dentro, e devolver ao freezer Getty Images
A melhor maneira de descongelar um alimento é deixá-lo na temperatura ambiente – em cima da bancada, por exemplo. MITO: conforme explica o nutricionista Gabriel Cairo Nunes, a forma correta é levá-lo à geladeira por 12 horas. “Assim, ficará mais seguro para o uso, livre de micro-organismos e, como perderá menos água, terá seu sabor conservado”. Em outras palavras, o degelo deve ser gradual e feito sob refrigeração porque, durante o aumento de temperatura, há risco de crescimento de bactérias Eduardo Anizelli/Folha Imagem
A carne deve ser congelada inteira, com a gordura. MITO: embora não haja um critério definido, o ideal é limpar carnes (de boi, ave ou peixe) e retirar as partes não comestíveis, inclusive a gordura. E, importante, armazenar em porções, na quantidade em que serão consumidasNewton Santos/Hype
É possível, sempre, descongelar no micro-ondas. MITO: o uso do aparelho só é indicado para o degelo de produtos que serão ingeridos na sequência, logo após o processo. Isso porque o descongelamento em micro-ondas invariavelmente inicia o cozimento concomitantemente, principalmente quando se trata de grandes porções. “O degelo ocorre de maneira não uniforme e com maior perda de fluidos do alimento. Por isso, a melhor maneira é descongelar na geladeira, para depois cozer ou aquecer para consumo”, insiste o nutrólogo André Zamarian Veinert
Foto 2 de 23 – Os alimentos perdem grande parte dos nutrientes quando congelados. MITO: o impacto sobre o valor nutricional é mínimo. Nas carnes, nas aves e nos peixes, por exemplo, o congelamento praticamente não afeta o conteúdo de proteínas, vitaminas e minerais. “A baixa, desprezível, ocorreria durante o processo pelos fluidos do descongelamento, ou seja, o derretimento da água”, explica o nutrólogo André Zamarian Veinert. “Se você congela um suco de laranja, por exemplo, perderá vitamina C, porém numa proporção insignificante”, afirma o nutricionista Gabriel Cairo Nunes Thinkstock

“Isso sem falar que é possível programar as refeições com antecedência, sem perder horas na cozinha”, salienta Gabriel Cairo Nunes, nutricionista esportivo da Clínica Healthme (SP) e membro da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).

E, atenção: depois que o produto foi descongelado, é preciso comê-lo logo, e não deixá-lo na geladeira por vários dias, conforme ressalta André Zamarian Veinert, médico especialista pela SBNPE (Associação Brasileira de Nutrologia Parenteral e Enteral). Segundo a Organização Mundial da Saúde, nada menos que 30% da população já sofreram de intoxicação alimentar por consumir produtos vencidos. Os sinais de que está ocorrendo deterioração ou estrago nem sempre são visíveis – daí ser imprescindível tomar cuidado.

CONHEÇA O TEMPO MÁXIMO DE ARMAZENAMENTO DE ALIMENTOS DENTRO DO FREEZER E DA GELADEIRA

NO FREEZER:
Fatias de carne e aves em pedaços: 1 mês
Pratos com frios: 1 mês
Pizzas: 1 mês
Peças de carne e aves assadas: 2 meses
Ensopados e guisados com carne de porco: 2 meses
Pratos com carne moída: 2 meses
Presunto: 2 meses
Molho branco: de 2 a 6 meses
Salgadinhos: 3 meses
Ensopados e guisados sem carne de porco: 3 meses
Pratos prontos em geral: 3 meses
Pratos à base de vegetais: 3 meses
Pães e massas: 3 meses
Bolo simples, pudins cremosos, canjicas, arroz doce, mousses e charlotes: 3 meses
Manteiga: de 3 a 8 meses
Carne moída: 4 meses
Sopas: 4 meses
Rocamboles, pavês, suspiros e docinhos de festa: 4 meses
Baba de moça e papo de anjo: 4 meses
Molho de tomate e caldos: 6 meses
Compotas e geleias: 6 meses
Costelas de porco e carneiro: 6 meses
Frutas: 9 meses
Legumes e verduras: 12 meses
Peixes e frutos do mar: 1 mês
NA GELADEIRA:
Verduras: 2 dias
Peixes: 2 dias
Molhos e caldos: 2 dias
Carne vermelha: 3 dias
Folhosos e frutas sensíveis (figo, melancia): 3 dias
Vegetais: de 3 a 4 dias
Sopas e ensopados: de 3 a 4 dias
Massas: de 3 a 5 dias
Carnes: de 3 a 5 dias
Outras frutas e legumes: 7 dias
Arroz: 7 dias
Laticínios: 7 dias
Ovos: 10 dias

Fonte: Rosana Faria de Freitas / Do UOL, em São Paulo



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